Os emplacamentos de veículos mantiveram a curva de crescimento iniciada em janeiro de 2022. Segundo a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), em maio houve variação mensal positiva de 28,22% nos segmentos de automóveis e comerciais leves. Foram emplacadas 174.814 unidades em maio ante 136.340 em abril. Esta é a quarta elevação mensal e o resultado indica um momento de alívio no fornecimento de semicondutores e a retomada da produção de veículos no país, explicada pelas compras feitas pelas locadoras e pelo fim da espera por uma nova redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). O abatimento no imposto não contemplou o segmento de carros de passeio, mas refletiu positivamente nas vendas de comerciais leves, que tiveram crescimento de 8% em maio na comparação com abril.
De acordo com os dados da Fenabrave, as vendas diretas do segmento de automóveis e comerciais leves corresponderam a 48% dos emplacamentos realizados em maio. As vendas diretas podem ser originadas a partir de vendas corporativas, nas quais a montadora negocia, diretamente, com grandes clientes, como frotistas e/ou locadoras. É a segunda elevação mensal consecutiva. Em abril, as vendas diretas representavam 41,82% dos emplacamentos de automóveis e comerciais leves e, em março, a 36,77%. No acumulado de janeiro a maio, a participação das vendas diretas foi de 42,04% ante 57,96% do varejo.
As locadoras são as grandes clientes das vendas diretas. O setor de locação de veículos emplacou 78.578 mil novos carros no primeiro trimestre de 2022, o equivalente a 19% de todas as compras feitas no ano passado (411.858 unidades). Além disso, a frota total de automóveis e comerciais leves das locadoras cresceu 3,2% nos últimos três meses, saltando de 1.136.517 para 1.173.357 unidades. As estatísticas trimestrais foram obtidas pela Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla) junto ao Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro). “O crescimento da frota é um parâmetro importante para apontar o aumento da demanda por veículos alugados”, diz o presidente do Conselho Nacional da Abla, Marco Aurélio Nazaré.
A frota total já é maior do que a registrada em dezembro do ano passado e, conforme Marco Aurélio, as modalidades de locação responsáveis por isso são principalmente a do “carro por assinatura” e terceirização de frotas para empresas privadas. Apesar da demanda em alta, segundo a Abla, as locadoras ainda enfrentam atrasos das montadoras para a entrega de veículos novos.