Falta de produtos e problemas econômicos deixam consumidores cautelosos e provocam redução na comercialização de veículos novos, seminovos e usados.
As vendas de veículos novos, seminovos e usados iniciaram o ano em queda. De acordo com o balanço feito pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), foram licenciadas 129.276 unidades no país durante o mês de fevereiro, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus.
Com redução de 22,75% na comparação com o mesmo mês de 2021, essa é a segunda queda do ano. Em janeiro foram emplacados 126.480 veículos, ou seja, 26,08% a menos do que em janeiro do ano passado. Com dois resultados negativos consecutivos, o primeiro bimestre de 2022 acumula redução de 24,43% na comercialização de veículos novos.
Além dos 0 KM, as vendas de seminovos e usados também sofreram drástica redução no mês de janeiro. Relatório da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto) mostra baixa de 29,9% em relação a dezembro, sendo comercializados, em janeiro, 842.118 unidades, contra 1.201.600 no último mês de 2021.
Tais resultados apontam uma saturação do mercado de automóveis, que sofreu com a paralização das fábricas e montadoras durante a pandemia e depois vivenciou um aumento inesperado da procura pelos consumidores, chegando a ter gente na fila de espera para comprar um carro. No entanto, as consecutivas altas nos juros e a instabilidade econômica estão deixando os consumidores mais cautelosos.
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC), elaborada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), revela que o financiamento de veículos, que apresentou consecutivas altas em 2021, vêm recuando nos últimos meses no Paraná, sobretudo devido aos juros elevados. Em dezembro, as dívidas com a prestação de carro somavam 13,3% e em janeiro foram de apenas 7%. Isso porque os consumidores estão receosos para a compra de bens de maior valor. Segundo outra pesquisa da entidade, apesar do índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) ter começado 2022 em alta, o aspecto Momento para Compra de Bens Duráveis caiu 8,1% na comparação de janeiro com dezembro e despencou 16,1% na variação anual.