Pesquisa realizada pela Fecomércio PR revela que os ramos de concessionárias de veículos e autopeças estão entre os que mais sofreram com a crise econômica e política instalada no país. As quedas nas vendas no primeiro semestre do ano foram de 23,87% e 13,82%, respectivamente.
As variáveis macroeconômicas, tais como a inflação e a alta dos juros, acompanhando a taxa Selic, praticada em cerca de 14,5%, a mais alta dos últimos tempos, forçaram o aumento do preço dos automóveis. O crédito continua sendo fornecido, mas o grande problema é a redução do poder de compra e da intenção de consumo por parte dos consumidores. “Houve uma queda em torno de 30% nas vendas desde o início de 2015 até o fechamento do primeiro semestre. A crise afeta diretamente nosso negócio. No ano passado tínhamos incentivos fiscais, IPI reduzido. Enquanto este ano, além de não contarmos com nenhum tipo de facilidade, a economia está desfavorável”, aponta o consultor de vendas corporativas da Volkswagen Serviços Financeiros, Eduardo Nunes.
Por outro lado, a venda de veículos usados teve um impulso desde o começo do ano. Segundo a Fenauto, que reúne 48 mil revendedores de usados do país, o primeiro semestre teve crescimento de 4,8% nas vendas sobre o mesmo período do ano passado. E entre os usados, aqueles com até três anos de uso tiveram aumento de 38,2%, demonstrando a migração do comprador do veículo novo para o seminovo.
Esse aspecto é positivo para as locadoras de veículos que estão desativando frota e encontrando boa receptividade no mercado para seus ativos. O grande problema para as locadoras é repassar os aumentos dos preços dos veículos para os valores da locação. Nos contratos de terceirização em que é necessária a substituição da frota está ainda mais complicado, pois os reajustes previstos em contrato normalmente são os índices oficiais de inflação, enquanto os veículos novos tiveram aumentos substancialmente maiores.