As locadoras investiram mais de R$ 6,7 bilhões em veículos novos neste ano. Conforme pesquisa da Abla (Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis), com dados do Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados), as locadoras que atuam no Brasil emplacaram 122,561 mil veículos de janeiro a abril de 2021.
O levantamento aponta que o total corresponde a 20,4% de todos os emplacamentos de automóveis e comerciais leves nacionais no primeiro quadrimestre do ano. De acordo com a Anfavea, a soma geral dos emplacamentos resulta em 600,014 mil automóveis.
Os 122,561 mil emplacamentos equivalem a uma média de R$ 55 mil por unidade. Em 2020, as empresas locadoras emplacaram cerca de um a cada cinco veículos e comerciais leves nacionais comercializados no Brasil, correspondendo a 20,6% do total no comparativo com o ano passado.
Uma fração dos emplacamentos feitos nesse ano é decorrente ainda de encomendas realizadas nos meses de outubro e dezembro do ano passado. De acordo com o presidente o do Conselho Nacional da Abla, Paulo Miguel Junior, os itens chegaram às locadoras somente no primeiro quadrimestre, pois atualmente a espera pela entrega de veículos novos leva em torno de 120 dias.
A frota geral das locadoras encerrou 2020 com 1,007 milhão de veículos. Para o presidente da Abla em 2021 haverá dificuldade de ampliar a frota das locadoras. Ele informou que a projeção inicial da ABLA era de o setor comprar 450 mil automóveis e comerciais leves até o fim do ano. No entanto, com lentidão da produção e as dificuldades enfrentadas pela indústria automotiva “a previsão foi revista para compras de até 400 mil unidades. Ainda assim, acima do total de 360 mil adquiridas no ano passado”, disse.
E o agravamento da falta de semicondutores (chips) para abastecer as montadoras e seus fornecedores pode piorar as coisas. O presidente do Sindiloc-PR, Michel Lima, comentou que a GM vai completar cinco meses em agosto sem produzir o Onix, seu carro chefe. “Algumas montadoras estão considerando retirar equipamentos que utilizam semicondutores, a fim de poder direcionar os componentes para outros itens indispensáveis. Por exemplo, a Ford nos EUA retirou o botão de partida de alguns modelos e voltou a utilizar a chave de ignição para ligar os veículos. Várias montadoras já estão oferecendo algumas versões de veículos sem multimídia e rádio, que antes eram de linha, uma vez que esses componentes estão em falta”, ponderou.