A Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (ABLA) publicou recentemente seu Anuário Brasileiro. Os dados sobre o setor foram coletados pelo Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados) e pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito). O documento na íntegra está disponível pelo link www.virapagina.com.br/abla2021.
O anuário aponta que o faturamento líquido do setor locação de veículos apresentou queda em 2020. No comparativo com 2019, quando contabilizou R$ 19 bilhões, o ano passado registrou R$ 15,3 bilhões, agregando principalmente a terceirização de frota e aluguel.
Para o presidente da ABLA, Paulo Miguel Júnior, ainda que menores, os números superaram os faturamentos registrados 2018, 2017 e 2016. Contudo, o documento aponta um fenômeno: enquanto a locação de lazer aumentou, a corporativa diminuiu. Os números positivos se devem ao aumento da participação do turismo no setor. Os carros para turistas representaram 34% em 2020, 8% a mais do que no ano anterior. Já os corporativos apresentaram queda em mesma porcentagem, caindo para 16% neste ano.
As diárias de aluguel também sofreram com a pandemia. Em 2020 foram 44,6 milhões, enquanto em 2019, 49,6 milhões. “O campo ainda é vasto para a locação turística de lazer. Em março, foi anunciada redução acentuada de malha das principais companhias aéreas do Brasil, praticamente voltando aos níveis do início da pandemia. Com isso, as pessoas seguirão buscando os veículos como meio mais seguro de viagem neste período mais grave da pandemia”, destacou o presidente da Abla.
A falta de previsibilidade pode ser considerada como um dos maiores entraves do setor de locação, pois, não há previsões de melhora devido às novas cepas. Ainda assim, a locação de veículos foi um dos setores menos impactados pela pandemia, principalmente pela alta de viagens domésticas de verão.
Se por um lado a pandemia repercutiu em uma crise mundial, por outro a frota de veículos quebrou seu recorde de um milhão, número crescente desde 2016. No ano passado, as locadoras adquiriram 360,567 mil carros 0km, correspondentes a 20,6% do total de automóveis e comerciais leves emplacados no país no ano passado. Foram 1.007.221 veículos, apesar de as montadoras ainda sofrerem com a escassez dos insumos, conforme apontou Miguel Júnior. “Hoje, a preocupação é de que não haja carros suficientes para a renovação da frota em 2021”, encerrou.