As locadoras de veículos registraram no primeiro semestre deste ano um aumento de 19% nas diárias para viagens de trabalho, no comparativo com o mesmo período em 2013. O resultado foi divulgado pela Associação Brasileira das Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), representante de 31 agências e operadoras turísticas. Este seguimento corresponde a 34% do turismo do país.
O faturamento atingiu a marca de R$ 94,8 milhões, resultado das 701,05 mil diárias para viagens de negócios adquiridas por meios de agências especializadas para atender viagens de negócios.
O vice-presidente da Federação das Locadoras de Veículos, Valmor Emílio Weiss comenta que o público corporativo é composto em grande parte por executivos em viagens. Para atender a esta demanda Weiss aconselha manter a frota com carros executivos novos. “É necessário manter um nível de atendimento cinco estrelas para estes profissionais”, comenta.
Ele aponta que no mercado do varejo a locadora precisa atender a todas as categorias, portanto a frota geralmente varia desde o carro 1.0 ao executivo. “Com certeza o maior volume de faturamento está nos 1.0, mas o executivo representa muitas vezes grandes oportunidades, pois você se aproxima das pessoas que detêm o poder decisório nas empresas”, avalia.
Outros dados levantados pela Abracorp revelam uma expressiva queda no valor da diária média em hotéis demandados por funcionários e executivos de empresa, o que contribui para o aumento das viagens de negócios. O déficit nesse segmento foi de 12%, em um universo de 4,954 milhões de diárias comercializadas no período de janeiro e junho deste ano.
Efeitos da Copa
Apesar dos números divulgados, a gerente de operações da Hertz Locadora de Veículos, Ana Paula Santos Leal, conta que os preparativos para receber um grande público na Copa do Mundo 2014 foram grandes, mas os resultados não foram de acordo com o esperado. Inclusive as viagens de negócios diminuíram nestes meses. “Nos preparamos para a Copa do Mundo de 2014 e fizemos uma previsão de crescimento no volume de diárias para os períodos de junho e julho, mas não foi isso que aconteceu, mesmo antes do fim do mundial”, relata.
A avaliação dela se estende a nível nacional. “Tivemos em Cuiabá, cidade sede, no primeiro jogo uma grande procura por locação de chilenos e australianos e a ocupação chegou a 100%. Mas foi pontual. As demandas geradas por empresas e clientes que vão frequentemente à cidade reduziram e foram menores que o mesmo período do ano anterior”, salienta.
Em Curitiba, também cidade sede, a procura por locação de veículos não superou a demanda do movimento. Mesmo em dias de jogos na cidade não houve aumento de locações, segundo ela. “Não houve queda, mas também não aconteceu a demanda que esperávamos”, comenta.
Em Foz do Iguaçu, única região onde a demanda aconteceu conforme expectativa do setor, o movimento acima da média durou até inicio de agosto, período em que as locadoras de veículos ainda receberam estrangeiros que vieram ao Brasil para os jogos da Copa. “Tivemos uma ocupação altíssima. Agora, após o mundial, percebemos um retorno gradativo do movimento. Esta demanda é sinal do retorno a nossa rotina. As convenções, reuniões de negócios e feiras, que são fatores importantes para a geração de locação de automóveis, estão sendo retomadas pelas empresas”, finaliza.