A crise econômica e política do país atingiu em cheio o setor automotivo. Com juros em alta, crescentes demissões e o dólar nas alturas, a propensão dos consumidores a gastar está lá em baixo, o que inclui a compra de um carro zero.
Pesquisa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revela que a Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu 35,5% em outubro na comparação com o mesmo mês do ano passado. No Paraná, o indicador baixou 29,17% nos últimos doze meses.
De acordo com o gerente regional da Fiat, Edivaldo Reche, a falta de confiança é o maior problema. “No varejo, a baixa propensão ao consumo, presente em todos os setores econômicos, é mais evidente do que a restrição de crédito. No mercado corporativo, verificamos um compasso de espera. As locadoras estão postergando a troca da frota por receio de investir e não obter o retorno necessário”, avalia.
O reflexo nessa contenção do consumo é uma redução de 24,25% na produção de automóveis no acumulado de janeiro a setembro, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Se as perspectivas para o restante desse ano são pouco favoráveis, as de 2016 também não são animadoras. Tanto que a General Motors (GM) prevê queda de 20% no consumo de veículos no Brasil. Nessa linha de projeção, o mercado de automóveis e comerciais leves deve absorver somente dois milhões de unidades no ano que vem.
Para contornar as dificuldades e vislumbrando uma recuperação do setor a longo prazo, Reche afirma que a Fiat continuará a investir nos clientes frotistas, com propostas exclusivas e funcionários treinados para atender o que esse segmento precisa. A companhia também vai lançar, no início do próximo ano, a nova picape Fiat Toro, com opções de motores flexível e diesel, mirando em um novo nicho de mercado.