Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos 2025:
Paraná tem expansão expressiva nas locadoras e nos emplacamentos
O setor de locação de veículos segue em expansão no Brasil, conforme aponta o Anuário Brasileiro do Setor de Locação de Veículos 2025. A publicação, lançada em 25 de março pela Associação Brasileira das Locadoras de Automóveis (Abla), reuniu representantes de locadoras, instituições financeiras, fornecedores e imprensa, em evento com transmissão ao vivo pelo YouTube (canal @ablabrasil).
Segundo os dados do anuário, em 2024 o setor registrou um faturamento bruto de R$ 52,9 bilhões, um crescimento de 17,8% em comparação com 2023. Já o faturamento líquido foi de R$ 46,2 bilhões, indicando um mercado que, embora tenha avançado de forma moderada, se mantém sólido e adaptável.
Entre os destaques do período está a aquisição de 649.399 veículos zero quilômetro pelas locadoras, o que representou 26,1% de todos os automóveis e comerciais leves emplacados no Brasil em 2024. O volume de investimentos chegou a R$ 68,8 bilhões, com arrecadação de R$ 19,9 bilhões em IPI e ICMS. O número de empresas também cresceu: de 26.423, em 2023, para 31.487, em 2024, um aumento de 19,2%. Além disso, a idade média da frota foi reduzida para 17,4 meses, resultado da renovação constante em busca de veículos mais novos, seguros e eficientes.
“É mais um recorde em um setor que cresce de forma consistente, com médias de dois dígitos ao ano, muito acima da expansão do PIB de 2024, que foi de 3,4%, segundo o IBGE,” destacou o presidente do Conselho Gestor da Abla, Marco Aurélio Nazaré. “Esse desempenho está diretamente ligado à maturidade da gestão nas locadoras e à competitividade que se estabeleceu no setor. Além disso, a cultura da locação ainda está em processo de consolidação no Brasil, o que mostra que há muito espaço para crescer, inclusive em nichos como veículos pesados, microônibus e motocicletas, que mostraram um avanço expressivo em 2024”, reiterou.
Nazaré pondera, no entanto, que o setor enfrenta desafios como o alto custo do capital e a necessidade de adequação das tarifas para garantir a sustentabilidade do negócio. No entanto, a crescente demanda por serviços de terceirização de frotas e a mudança no comportamento do consumidor, que valoriza o uso em detrimento da propriedade, abrem caminhos promissores.
Segundo o vice-presidente da Abla, Paulo Miguel Jr., que coordena a elaboração do anuário com base em dados do Serpro e outras fontes, parte desse crescimento de faturamento é decorrente da recomposição das tarifas praticadas pelas locadoras.
“Durante a pandemia, os custos com aquisição de veículos subiram de forma expressiva, mas as tarifas cobradas não acompanharam esse aumento. Com isso, houve uma defasagem importante nos preços praticados pelas locadoras. Em 2024, vimos uma correção gradual dessas tarifas, o que contribuiu para recuperar a margem operacional do setor”, explicou.